O que é demanda ativa?

O que é demanda ativa?

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O que é demanda ativa?

Demanda ativa é o consumo real de energia que produz trabalho efetivo numa instalação elétrica, medida em quilowatts (kW). É a energia que realmente gera calor, iluminação e movimento.

Diferente da energia reativa, a demanda ativa realiza o trabalho útil que precisamos no dia a dia. Pense nela como o combustível que faz suas máquinas funcionarem de verdade.

A concessionária calcula essa demanda dividindo o consumo pelo tempo, usando intervalos de 15 minutos. Durante um mês, são quase 3.000 medições, e a empresa escolhe o valor mais alto para faturamento.

Por que isso importa para seu bolso? Se você for um consumidor do Grupo A, pagará não só pelo consumo, mas também pela demanda contratada.

Controlar sua demanda ativa é essencial. Ultrapassar o limite contratado em mais de 5% resulta em multas significativas que impactam diretamente seus custos operacionais.

Diferença entre demanda ativa e demanda contratada

A demanda ativa é o que você realmente usa de potência elétrica, medida em kW, durante um período de faturamento. Já a demanda contratada é a potência que você reserva junto à distribuidora de energia, estabelecida em contrato.

A principal diferença? Você paga pela demanda contratada integralmente, mesmo sem utilizá-la por completo.

Pense nisso como uma reserva garantida de energia. É como alugar um espaço no sistema elétrico.

Se sua empresa ultrapassar a demanda contratada, prepare-se para multas pesadas. Por outro lado, contratar mais do que precisa significa jogar dinheiro fora.

O dimensionamento correto é essencial. Para novos negócios, a demanda é estimada com base em projetos. Empresas já operantes podem solicitar ajustes após análise do histórico de consumo.

Você pode pedir alteração na demanda contratada uma vez por ano, depois do período inicial de testes.

Lembre-se: apenas consumidores do Grupo A (empresas com tensão igual ou superior a 2,3 kV) precisam contratar demanda.

Como a demanda ativa aparece na conta de luz

A demanda ativa aparece na sua conta de luz como um valor de potência elétrica contratada com a distribuidora. Ela é cobrada integralmente, mesmo que você não utilize toda a capacidade disponibilizada.

Para identificá-la, observe a modalidade tarifária da sua empresa. Na tarifa verde, haverá apenas um valor de demanda na fatura. Já na tarifa azul, aparecerão dois valores - nesse caso, considere sempre o maior.

Esta informação é crucial para quem pensa em migrar para o Mercado Livre de Energia, pois a demanda contratada é um dos requisitos de elegibilidade.

Você pode confirmar esses dados no seu Contrato de Uso do Sistema de Distribuição (CUSD) firmado com a distribuidora local. Mesmo que sua empresa não atenda à demanda mínima exigida, ainda existe a possibilidade de migração através da comunhão de cargas.

Compreender este item na sua fatura pode representar uma oportunidade de economia significativa para seu negócio.

Demanda ativa vs. consumo de energia elétrica

A demanda ativa representa a potência elétrica real que sua instalação solicita da rede em determinado momento, medida em quilowatts (kW). Já o consumo é a quantidade total de energia utilizada ao longo do tempo, medida em quilowatt-hora (kWh).

São conceitos diferentes, mas complementares.

Imagine que a demanda é como a velocidade do seu carro, enquanto o consumo seria a distância total percorrida.

Por que isso importa para você?

A demanda contratada define quanto você paga mensalmente pela disponibilidade de energia, independentemente de usá-la ou não.

Se sua demanda contratada for maior que a necessária, você paga por uma capacidade que não utiliza. Se for menor, paga multa por ultrapassagem.

Uma análise cuidadosa do histórico de consumo pode gerar economia de até 92% nas perdas relacionadas à demanda inadequada.

A modalidade tarifária (verde ou azul) também influencia seus custos, dependendo do seu perfil de consumo durante os horários de ponta.

Revise seu contrato a cada 6 meses. Pequenos ajustes podem significar grandes economias.

Como calcular a demanda ativa

Para calcular a demanda ativa, divida a demanda máxima pela potência instalada. Este cálculo resulta no fator de demanda, essencial para dimensionamentos elétricos adequados.

Imagine uma residência com potência instalada de 7 kW e demanda máxima de 6 kW durante a noite. O fator de demanda seria 0,86 (6÷7=0,86).

Não use toda a potência instalada como parâmetro! Isso causaria sobredimensionamento desnecessário.

Preste atenção nos horários de pico. A demanda varia ao longo do dia, por isso sempre considere o valor máximo para seus cálculos.

Erros nesse cálculo podem resultar em: • Gastos excessivos em infraestrutura • Desligamentos frequentes por sobrecarga • Baixa eficiência energética

Tabelas de fator de demanda específicas para cada tipo de instalação podem facilitar seu trabalho.

Impacto da demanda ativa nos custos de energia

A demanda ativa impacta diretamente os custos de energia de uma empresa, representando o limite máximo de potência que você contrata com a distribuidora.

Aqui está o ponto crucial: você paga por essa potência independentemente do uso real.

Imagine que sua empresa contrata 800 kW, mas utiliza apenas 600 kW. Adivinha? Você continua pagando pelos 800 kW completos.

Esse é um dos maiores vilões nas contas de energia empresarial.

A gestão eficiente da demanda contratada pode gerar economias significativas. Como? Analisando seu histórico de consumo e ajustando a potência às suas reais necessidades.

Muitas empresas firmam contratos e não revisam os números por anos, pagando por capacidade ociosa enquanto o negócio evolui.

Quer evitar desperdícios? Monitore continuamente seu consumo e reavalie sua demanda contratada periodicamente.

Demanda ativa em sistemas de energia solar

A demanda ativa em sistemas de energia solar refere-se à potência real consumida em tempo real pelos equipamentos elétricos, medida em kW. É um conceito crucial para consumidores do Grupo A (empresas conectadas em média ou alta tensão).

Ao instalar energia solar, você precisa entender sua demanda ativa para dimensionar corretamente o sistema fotovoltaico.

Por quê isso importa? Porque você paga pela demanda contratada mesmo que não a utilize completamente.

Um sistema solar bem dimensionado pode reduzir significativamente seus custos com energia, mas não elimina a taxa de demanda contratada.

Diferente do consumo (kWh), que é a energia usada ao longo do tempo, a demanda (kW) reflete a potência necessária instantaneamente.

Analisar seu perfil de consumo antes de investir em energia solar é essencial. Um especialista pode ajudar a otimizar a relação entre sua demanda contratada e a capacidade do sistema solar.

Quer economizar? Monitore regularmente sua demanda real versus a contratada.

Ultrapassagem de demanda: o que é e como evitar

Ultrapassagem de demanda é quando sua empresa consome mais energia do que o contratado junto à concessionária. Isso resulta em multas que dobram o valor da tarifa sobre o excedente utilizado.

Como evitar? Monitore seu consumo constantemente.

Instale equipamentos de medição em tempo real para acompanhar picos de demanda.

Faça uma análise criteriosa do seu histórico de consumo para adequar o contrato às necessidades reais.

Considere a migração para o Mercado Livre de Energia, onde você negocia diretamente seus contratos e pode economizar até 40%.

Implante um programa de eficiência energética na empresa, substituindo equipamentos antigos por modelos mais eficientes.

Lembre-se: pagar mais caro pela energia já é realidade. Pagar multas desnecessárias é jogar dinheiro fora.

Regulamentação da ANEEL sobre demanda ativa

A ANEEL estabeleceu regulamentações sobre demanda ativa através da Resolução Normativa nº 1.059/2023, que impacta diretamente os consumidores com sistemas de micro e minigeração distribuída de energia.

Muitos usuários foram surpreendidos com cobranças elevadas após serem notificados para "ajustar" seus contratos, incluindo a contratação de "demanda de injeção de geração" - conceito que poucos compreendem.

O que é demanda ativa? Simplificando, é a quantidade de eletricidade que você necessita em determinado momento - quando todos seus aparelhos funcionam simultaneamente.

Já a demanda de injeção refere-se à quantidade de energia que seu sistema (como painéis solares) coloca na rede elétrica quando gera excedente.

A falta de informação clara tem levado a problemas sérios. Consumidores contrataram demandas inadequadas e pagaram tarifas até três vezes mais caras.

O período de testes de três ciclos de faturamento parece uma solução, mas contém "pegadinhas" que podem resultar em multas significativas.

A questão central? O dever de informar claramente o consumidor, direito básico que tem sido negligenciado neste processo.