O que é juros sobre créditos tributários?

O que é juros sobre créditos tributários?

Publicado em
7 min de leitura

O que é juros sobre créditos tributários?

Juros sobre créditos tributários são correções monetárias aplicadas sobre valores que as empresas têm direito a receber de volta do governo ou usar para abater impostos futuros.

Basicamente, quando uma empresa paga tributos a mais ou indevidamente, ela adquire um crédito fiscal que pode ser utilizado posteriormente.

Esse saldo é corrigido pela taxa Selic (juros básicos da economia) para preservar seu valor ao longo do tempo.

Recentemente, a Receita Federal mudou a forma de cálculo desses juros. Antes, a correção incidia sobre todo o saldo remanescente, incluindo juros anteriores. Agora, a atualização aplica-se apenas ao valor principal.

A mudança afeta principalmente empresas que ganharam o direito de excluir o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins, reduzindo o valor que podem abater em tributos futuros.

Na prática, essa regulamentação diminui o "juros sobre juros" na compensação tributária, representando uma economia para o governo e menor vantagem fiscal para as empresas.

Conceito e definição de crédito tributário

O crédito tributário é a prestação em moeda (ou valor equivalente) que o Estado tem direito de exigir do contribuinte ou responsável. Decorre diretamente da obrigação tributária principal, conforme estabelece o artigo 139 do CTN.

Na prática, representa o valor quantificado do tributo após o lançamento.

É através do lançamento que o crédito tributário se constitui formalmente. Este procedimento administrativo visa verificar a ocorrência do fato gerador, identificar o sujeito passivo, determinar a matéria tributável e calcular o montante devido.

O crédito tributário e a obrigação tributária são duas faces da mesma moeda – enquanto a obrigação representa o vínculo jurídico, o crédito materializa o valor exato a ser cobrado.

Quando o lançamento é realizado, a autoridade administrativa torna líquida e certa a obrigação que antes era apenas potencial.

Importância dos créditos tributários para empresas

Os créditos tributários representam uma ferramenta essencial para o equilíbrio financeiro das empresas. São direitos legítimos que permitem reduzir significativamente a carga tributária.

Quando bem administrados, liberam recursos que podem ser direcionados para áreas cruciais do negócio.

Pense nisso: cada real economizado em impostos é um real disponível para investimentos, expansão ou melhorias operacionais.

Um planejamento tributário eficiente transforma esses créditos em vantagem competitiva real.

Para aproveitá-los, é fundamental manter documentação organizada e conhecer os prazos estabelecidos pela legislação.

Tributos como ICMS, IPI, PIS e COFINS são os principais geradores desses créditos, especialmente para empresas que participam de cadeias produtivas.

Está monitorando seus créditos tributários corretamente? Essa simples pergunta pode ser o divisor entre sobreviver no mercado ou prosperar nele.

Como funcionam os juros sobre créditos tributários

Os juros sobre créditos tributários funcionam como uma atualização monetária sobre valores que empresas têm direito a recuperar do governo. Quando uma empresa paga impostos a mais, esse valor pode ser compensado futuramente.

A Receita Federal estabeleceu novas regras para essa correção monetária. Agora, a taxa Selic (juros básicos da economia) incide apenas sobre o valor principal do crédito, não mais sobre o saldo total remanescente.

Isso afeta principalmente empresas que ganham processos judiciais contra o Fisco. Antes, havia um efeito de "juros sobre juros" que beneficiava os contribuintes.

Na prática? Uma empresa que contestou R$ 4 milhões em tributos e ganhou a causa terá um valor menor para abater em impostos futuros do que teria com as regras anteriores.

A mudança impacta especialmente empresas que excluíram o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins, um montante estimado em R$ 358 bilhões que agora terá correção reduzida.

Exemplos práticos de créditos tributários

Créditos tributários são valores que empresas podem abater de impostos futuros após compras de insumos ou serviços. Funcionam como um mecanismo para evitar a bitributação na cadeia produtiva.

Na prática, quando uma indústria compra madeira para fabricar móveis, ela paga impostos nessa aquisição. Esse valor pago pode ser usado como crédito para reduzir os impostos sobre a venda do produto final.

Outro exemplo: um arquiteto que adquire materiais para seu escritório pode descontar os impostos dessas compras do que deve pagar sobre seu faturamento mensal.

Com a Reforma Tributária, esse sistema se expandirá. Empresas do Lucro Real e Presumido poderão aproveitar créditos do IVA (CBS+IBS), enquanto as do Simples Nacional terão duas opções: recolher o IVA dentro da DAS (com crédito limitado) ou optar pelo regime normal (gerando crédito integral).

A escolha correta depende do perfil dos seus clientes. Se você atende principalmente outras empresas, pode ser vantajoso gerar mais créditos.

Constituição e lançamento do crédito tributário

A constituição do crédito tributário ocorre pelo lançamento, procedimento administrativo que formaliza a obrigação do contribuinte perante o Fisco. É o momento em que o valor devido se torna exigível.

Existe uma discussão sobre a natureza do crédito tributário. Alguns defendem que ele nasce junto com a obrigação quando ocorre o fato gerador. Outros entendem que só surge após o lançamento.

O Código Tributário Nacional parece adotar posição intermediária. Embora o artigo 142 indique que o lançamento constitui o crédito, outros dispositivos sugerem que ele apenas declara uma obrigação preexistente.

Na prática, temos três modalidades de lançamento: por homologação (mais comum), de ofício e por declaração. Cada um com particularidades próprias.

O lançamento por homologação ocorre quando o próprio contribuinte calcula e paga o tributo, ficando sujeito à posterior verificação do Fisco. Já o de ofício é feito exclusivamente pela autoridade fiscal, enquanto o por declaração exige informações do contribuinte.

É importante notar que o prazo para o Fisco constituir o crédito é de cinco anos, seguindo regras específicas conforme o tipo de lançamento. Após constituído, o crédito só pode ser modificado nas hipóteses previstas em lei.

Atualização e cobrança de créditos tributários federais

A atualização de créditos tributários federais é feita pela taxa SELIC. Quando você tem direito à restituição ou compensação, o valor será corrigido mensalmente por este índice.

Como funciona? Simples.

Imagine que você pagou imposto a mais. Este valor será atualizado pela SELIC acumulada a partir do mês seguinte ao pagamento, mais 1% no mês da compensação.

Na prática, isso significa dinheiro de volta valorizado.

A contabilização? Débito na conta de tributos a recuperar e crédito na receita financeira.

Entender esse mecanismo é essencial para os profissionais tributários. Afinal, recuperar exatamente o que é devido pode representar uma diferença significativa no fluxo de caixa da empresa.

Você já verificou se sua empresa tem créditos a recuperar?

Créditos tributários a receber: direitos do contribuinte

Créditos tributários a receber são valores que o contribuinte tem direito de recuperar do governo após ter pago tributos além do devido. São direitos legítimos que impactam diretamente o fluxo de caixa das empresas.

Todo contribuinte pode solicitar a devolução desses valores. Não é favor do governo, é um direito seu.

O processo de recuperação pode ocorrer por duas vias: administrativa ou judicial. A escolha depende de fatores como prazo de resolução e complexidade do caso.

Para exercer esse direito, é fundamental conhecer os tipos de créditos aos quais você tem direito. Alguns surgem de pagamentos indevidos, outros de interpretações incorretas da legislação.

As empresas do agronegócio e varejo são as que mais acumulam créditos a receber, chegando a bilhões de reais em valores não ressarcidos.

Com a Reforma Tributária, esse cenário se torna ainda mais complexo. O texto atual não esclarece como ficará a situação dos créditos acumulados quando tributos como PIS/Cofins e ICMS forem eliminados.

Fique atento aos seus direitos! A legislação permite que você recupere valores pagos indevidamente nos últimos 5 anos.

A constituição do crédito tributário depende de três fatores essenciais: previsão legal, fato gerador e lançamento tributário.

Conhecer seus direitos é o primeiro passo para não deixar dinheiro na mão do Fisco sem necessidade.

Base legal: Crédito tributário no Código Tributário Nacional (CTN)

O crédito tributário no Código Tributário Nacional representa a formalização do direito da Fazenda Pública exigir o cumprimento da obrigação tributária principal.

Nasce através do lançamento, procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato gerador, identifica o sujeito passivo e calcula o montante devido.

Uma vez constituído, o crédito tributário só pode ser modificado, suspenso ou extinto nas hipóteses previstas expressamente no CTN.

A suspensão ocorre em situações como moratória, depósito integral, reclamações e recursos administrativos, concessão de liminar ou antecipação de tutela.

Já a extinção pode acontecer por pagamento, compensação, transação, remissão, prescrição, decadência, entre outras formas listadas no art. 156 do CTN.

O lançamento é essencial nesse processo, podendo ser direto, por declaração ou por homologação, conforme a modalidade tributária.

É através desse sistema rigoroso que o CTN assegura tanto o interesse público na arrecadação quanto a segurança jurídica do contribuinte.

Como gerenciar créditos tributários em sua empresa

Gerenciar créditos tributários eficientemente é vital para sua empresa. Comece identificando todos os créditos disponíveis e mantenha um controle rigoroso sobre eles.

Use sistemas digitais para registro e acompanhamento. Nada de planilhas manuais ou métodos antiquados.

A compensação tributária é sua aliada. Utilize créditos para abater débitos fiscais pendentes, reduzindo desembolsos.

Fique atento aos prazos de prescrição! Créditos tributários não utilizados têm prazo de validade.

Documente tudo meticulosamente. Em caso de fiscalização, evidências organizadas são sua melhor defesa.

Considere contratar um contador especializado em tributação. O investimento se paga com a economia gerada.

Acompanhe regularmente mudanças na legislação fiscal. O cenário tributário brasileiro muda constantemente.

Lembre-se: gerenciar créditos tributários não é apenas evitar problemas, mas uma estratégia financeira essencial.