O que é juros sobre o financiamento estudantil?
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Juros sobre o financiamento estudantil são os valores cobrados pelo uso do dinheiro emprestado para custear seus estudos. No FIES (Fundo de Financiamento Estudantil), por exemplo, eles são aplicados desde o início do contrato.
Durante o curso, você paga trimestralmente até R$150,00 referentes apenas aos juros do empréstimo. Esse valor continua na fase de carência (18 meses após a formatura).
Imagina assim: é como um "aluguel" pelo dinheiro que você está usando para estudar.
Só depois da carência começa a amortização real da dívida, que pode ser parcelada em até 3 vezes o período do curso. Um financiamento de 4 anos, por exemplo, pode ser pago em até 12 anos.
Vale a pena? Depende do seu planejamento financeiro futuro.
Como funciona o financiamento estudantil no Brasil
O financiamento estudantil no Brasil funciona principalmente através do FIES, um programa do Ministério da Educação que permite aos estudantes cursarem faculdades particulares com pagamento posterior.
Para participar, você precisa ter feito o Enem (desde 2010), com média mínima de 450 pontos e nota na redação igual ou superior a 400.
A renda familiar mensal deve ser de até 3 salários mínimos por pessoa. Quem tem renda de até 1,5 salário mínimo não precisa apresentar fiador.
As inscrições acontecem duas vezes ao ano, antes do início das aulas em cada semestre. O processo inclui:
- Inscrição no portal FIES
- Consulta do resultado da pré-seleção
- Complementação do cadastro
- Finalização na faculdade e no banco
A taxa de juros é zero para todos os estudantes, facilitando o acesso ao ensino superior com condições financeiras mais acessíveis.
Taxas de juros aplicadas ao financiamento estudantil
As taxas de juros do financiamento estudantil atualmente estão fixadas em 6,5% ao ano, conforme as novas regras do FIES.
Este percentual é aplicado durante todas as fases do financiamento, que agora foram reduzidas de quatro para três etapas.
Durante a fase de utilização (enquanto estuda), você paga apenas os juros trimestralmente, limitados a R$ 150.
Na carência (18 meses após concluir o curso), continua pagando apenas os juros, no mesmo formato.
Já na amortização, que começa no 19º mês após a conclusão, o saldo devedor é dividido em parcelas mensais, iguais e sucessivas, calculadas pela Tabela Price.
O prazo para quitação pode chegar a até 3 vezes o período que você permaneceu como estudante financiado.
Vale destacar que médicos de equipes de saúde da família e professores da educação básica podem abater mensalmente 1% do saldo devedor.
Diferença entre juros simples e compostos no financiamento estudantil
A diferença fundamental entre juros simples e compostos no financiamento estudantil está no cálculo e no impacto final. Nos juros simples, o cálculo é feito sempre sobre o valor inicial do empréstimo, enquanto nos juros compostos, os juros são calculados sobre o montante acumulado.
Imagine que você pegou R$10.000 para seus estudos. Com juros simples de 5% ao mês por 12 meses, pagaria R$6.000 de juros (10.000 × 0,05 × 12).
Já com juros compostos, o cenário muda drasticamente. A mesma taxa de 5% geraria aproximadamente R$7.958 de juros. Uma diferença significativa!
Por que isso importa tanto? Porque no financiamento estudantil, essa diferença pode representar anos a mais de pagamento.
Os juros simples são mais previsíveis e menos onerosos no longo prazo. Os compostos crescem exponencialmente, podendo transformar uma dívida administrável em um fardo financeiro após a formatura.
Antes de assinar qualquer contrato, verifique atentamente qual modalidade está sendo aplicada. Sua saúde financeira futura agradece!
O impacto dos juros no valor total do financiamento estudantil
Os juros impactam profundamente o valor final de um financiamento estudantil, muitas vezes dobrando ou até triplicando o montante inicial emprestado.
Quando você contrata um financiamento estudantil, não está pagando apenas o valor do curso. Está também arcando com o "aluguel do dinheiro" – os juros.
Taxas de juros mais altas significam parcelas maiores e um compromisso financeiro bem mais longo.
Entenda na prática: um curso de R$50.000 pode custar R$90.000 ou mais no final, dependendo dos juros aplicados e do prazo escolhido.
E atenção: juros compostos são implacáveis! Eles incidem sobre o valor original mais os juros anteriores, criando um efeito "bola de neve".
Comparar diferentes opções de financiamento pode economizar milhares de reais. Vale a pena dedicar tempo analisando taxas, prazos e condições antes de assinar qualquer contrato.
O que é o FIES e suas condições de juros
O FIES é um programa governamental que financia cursos superiores para estudantes brasileiros, com taxas de juros mais acessíveis que o mercado. Os contratos firmados a partir do segundo semestre de 2015 têm condições específicas.
Durante o curso, você paga apenas R$ 150 a cada três meses, referente aos juros do financiamento.
Após formar, existe um período de carência de 18 meses, onde continua pagando apenas R$ 150 trimestrais.
Só depois começa a fase de amortização, quando o saldo devedor é parcelado em até 3 vezes o período do curso. Por exemplo: se seu curso durou 4 anos, você terá até 12 anos para quitar o financiamento.
Esta estrutura torna o ensino superior mais acessível, permitindo que você se estabeleça profissionalmente antes de iniciar os pagamentos maiores.
Juros zero no FIES: entenda a decisão do STJ
O STJ decidiu que os contratos do FIES firmados antes de 2018 terão juros zero. Esta medida beneficia milhares de estudantes que estavam pagando taxas de juros em seus financiamentos educacionais.
A decisão representa uma vitória significativa para os beneficiários do programa que enfrentavam dificuldades para quitar suas dívidas.
Por que isso importa para você? Se você possui um contrato FIES anterior a 2018, poderá economizar valores consideráveis nos próximos anos.
Para aproveitar este benefício, verifique seu contrato e entre em contato com a instituição financeira responsável pelo seu FIES. Documente tudo.
Vale ressaltar que contratos posteriores a 2018 não foram contemplados nesta decisão judicial, mantendo as condições originalmente estabelecidas.
Como solicitar revisão de juros no financiamento estudantil
Para solicitar revisão de juros no financiamento estudantil, você precisa primeiramente reunir toda documentação do contrato original e comprovantes de pagamentos realizados.
Entre em contato com a instituição financeira responsável pelo seu financiamento. Pode ser via portal online, telefone ou presencialmente - escolha o que for mais conveniente para você.
Explique claramente sua situação e justifique o motivo do seu pedido de revisão. Taxas de juros abusivas ou mudanças na sua condição financeira são argumentos válidos.
Formalize tudo por escrito. Um documento bem redigido tem mais força.
Persistência é fundamental! Acompanhe o andamento do pedido regularmente e, se necessário, recorra à ouvidoria da instituição ou ao Procon.
Você tem direito a condições justas. Não desista!
Ações revisionais de financiamento estudantil: o que você precisa saber
Ações revisionais de financiamento estudantil são processos judiciais que permitem renegociar contratos de FIES e outros programas quando há abusividades contratuais.
Se você está sufocado por parcelas altas, juros excessivos ou cláusulas injustas, tem direito de pedir revisão.
O processo é simples: reúna seu contrato, comprove as irregularidades e consulte um advogado especializado.
Muitos estudantes conseguem redução de até 50% no valor das parcelas após a revisão.
Por que não buscar seus direitos?
A lei protege contra juros abusivos e práticas predatórias das instituições financeiras.
Não espere seu nome ir para órgãos de proteção ao crédito. Agir preventivamente pode economizar muito dinheiro e estresse.
Lembre-se: o prazo prescricional é de 10 anos para contratos assinados após 2003.
Dicas para gerenciar os juros do seu financiamento estudantil
Controlar os juros do financiamento estudantil exige organização e estratégia. Comece monitorando regularmente sua dívida através dos apps oficiais como o SisFIES ou diretamente com o banco que concedeu o crédito.
Planeje seus pagamentos com antecedência e, sempre que possível, faça amortizações para reduzir o valor total a ser pago. Lembre-se que os juros continuam incidindo mesmo durante o período de carência.
Fique atento aos programas de renegociação como o Desenrola Fies, que costuma oferecer descontos significativos. Embora atualmente não esteja ativo, novas edições podem surgir.
Estabeleça um fundo específico para os pagamentos do FIES. Seja realista sobre quanto pode guardar mensalmente sem comprometer suas necessidades básicas.
Se tiver outras dívidas, priorize aquelas com juros mais altos. E nunca ignore o problema – enfrente-o com planejamento e educação financeira.