O que é nível de governança?

O que é nível de governança?

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O que é nível de governança?

Nível de governança representa o conjunto de regras e práticas adotadas por empresas para garantir transparência e equidade aos investidores. É essencialmente um compromisso com boas práticas de gestão.

Na B3 (Bolsa brasileira), existem segmentos especiais de listagem como Novo Mercado, Nível 1 e Nível 2, que exigem padrões de governança superiores à legislação comum.

Quanto maior o nível, mais rigorosas são as exigências. Empresas no Novo Mercado, por exemplo, devem ter apenas ações ordinárias, enquanto outras podem manter estruturas mais complexas.

Por que isso importa? Empresas com melhor governança tendem a ser mais valorizadas pelo mercado. Os investidores se sentem mais seguros quando há regras claras sobre transparência, prestação de contas e tratamento igualitário.

É como um selo de qualidade que sinaliza compromisso com as melhores práticas empresariais.

Governança corporativa: conceitos fundamentais

Governança corporativa é um sistema composto por princípios, regras e processos que orientam como as organizações são dirigidas e monitoradas, visando gerar valor sustentável para todos os envolvidos.

Seus cinco princípios básicos são fundamentais: integridade, transparência, equidade, responsabilização e sustentabilidade.

A governança surgiu da evolução da estrutura de propriedade empresarial. Quando as empresas passaram a ter propriedade dispersa, com múltiplos acionistas, emergiu o chamado "problema agente-principal" – executivos (agentes) nem sempre agindo no melhor interesse dos proprietários (principais).

Este movimento ganhou força nos anos 90 com a publicação do Relatório Cadbury na Inglaterra, considerado o primeiro código formal de governança.

No Brasil, o tema avançou com as privatizações dos anos 90 e a criação do IBGC em 1995, que publicou seu primeiro código em 1999.

Atualmente, práticas de governança são aplicadas não apenas em empresas, mas também em cooperativas e organizações do terceiro setor.

Como funciona a governança corporativa nas empresas

A governança corporativa funciona como um sistema que direciona e monitora as empresas, estabelecendo relacionamentos entre acionistas, conselho administrativo, diretoria e stakeholders. É baseada em quatro pilares fundamentais: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.

Na prática, ela cria estruturas claras de decisão e responsabilidade nas organizações.

Você já se perguntou por que algumas empresas inspiram mais confiança que outras?

A resposta está frequentemente nos processos de governança que adotam. Com conselhos administrativos bem estruturados, hierarquias transparentes e reuniões estratégicas regulares, as empresas conseguem aprimorar sua gestão.

Esses mecanismos não apenas previnem fraudes e erros, mas também atraem investimentos.

No Brasil, diferentes níveis de governança são reconhecidos pela B3 (antiga Bovespa), classificando empresas conforme seu comprometimento com essas práticas.

A governança eficiente equilibra resultados financeiros com responsabilidade social e ambiental, tornando-se elemento crucial no contexto ESG atual.

Níveis de governança corporativa e suas características

A governança corporativa no Brasil divide-se em três níveis principais: Nível I, Nível II e Novo Mercado, cada um com exigências crescentes de transparência e proteção aos acionistas.

O Nível I foca em melhorar a prestação de informações e na dispersão acionária. Empresas neste nível mantêm 25% das ações em circulação, divulgam contratos com partes relacionadas e apresentam um calendário anual de eventos corporativos.

No Nível II, além das exigências do nível anterior, as empresas adotam práticas como mandato unificado de um ano para o Conselho de Administração e balanços seguindo normas internacionais. Acionistas preferenciais recebem direito de voto em algumas matérias.

O Novo Mercado representa o padrão mais elevado, exigindo emissão exclusiva de ações ordinárias, Conselho com mínimo de cinco membros e mandato unificado, além de maior transparência nas negociações de ativos por controladores.

Estas classificações foram criadas pela Bovespa para incentivar melhores práticas e proteger investidores, reduzindo riscos e valorizando ativos.

Princípios da governança corporativa segundo o IBGC

Os princípios da governança corporativa segundo o IBGC se baseiam em quatro pilares fundamentais que norteiam a gestão responsável e ética das organizações.

A transparência vai além da simples divulgação obrigatória de informações. Envolve compartilhar todos os dados relevantes com as partes interessadas, incluindo aspectos financeiros e fatores intangíveis que guiam a gestão e valorizam a organização.

A equidade significa tratar todos os sócios e stakeholders de forma justa e equilibrada. Considera direitos, deveres e expectativas de todos igualmente, sem privilégios ou discriminações.

Na prestação de contas, os agentes de governança devem reportar suas atividades com clareza, assumindo total responsabilidade por suas ações e omissões no exercício de suas funções.

A responsabilidade corporativa exige que os gestores garantam a sustentabilidade econômico-financeira da organização, minimizando impactos negativos e maximizando os positivos, considerando diversos tipos de capital em seu modelo de negócios.

Estes princípios, quando aplicados corretamente, formam a base para uma governança sólida que beneficia a empresa e todas as suas partes interessadas.

Diferenças entre governança corporativa e gestão administrativa

Governança corporativa e gestão administrativa são partes essenciais de uma organização, mas funcionam de maneiras diferentes. A governança estabelece diretrizes, políticas e estruturas que garantem transparência e responsabilidade, enquanto a gestão administrativa executa as operações diárias.

A governança olha para o futuro. Ela envolve conselhos, comitês e acionistas focados na visão estratégica e no longo prazo.

Já a gestão administrativa é o presente. São os administradores trabalhando na execução tática dos planos e na supervisão dos processos cotidianos.

Pense na governança como a arquiteta que desenha a planta, enquanto a gestão é a construtora que ergue o edifício.

Você precisa de ambas. Uma empresa com excelente governança mas fraca administração terá belas políticas que ninguém consegue implementar. E o contrário? Terá eficiência operacional, mas sem rumo estratégico claro.

Principais objetivos da implementação de governança corporativa

Os principais objetivos da governança corporativa concentram-se em garantir transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade na gestão empresarial.

Quando implementada corretamente, a governança visa maximizar o valor da empresa a longo prazo e proteger os interesses de todos os stakeholders.

Pense nisso como um sistema imunológico empresarial. Ele fortalece a organização contra riscos e previne "doenças" como fraudes e conflitos de interesse.

A transparência nas decisões e informações financeiras cria confiança. Você já percebeu como empresas abertas tendem a atrair mais investidores?

Além disso, a governança estabelece controles eficientes que permitem melhor gestão de recursos e processos decisórios mais acertados.

Outro objetivo fundamental é promover a sustentabilidade do negócio, alinhando a gestão com valores éticos e responsabilidade socioambiental.

Em resumo, a governança transforma a empresa em uma entidade mais confiável, eficiente e preparada para enfrentar os desafios do mercado atual.

Exemplos práticos de governança corporativa em organizações

A governança corporativa se manifesta em exemplos práticos como no Grupo Boticário, que integra transparência com responsabilidade socioambiental, criando valor sustentável para todos os stakeholders.

A Movida revolucionou seus processos internos através da governança, resultando em maior eficiência operacional e confiança do mercado.

Já pensou como isso se aplica ao seu negócio?

O Neon destaca-se com um conselho independente e comitês especializados que supervisionam áreas críticas como auditoria e compliance.

A Ipiranga, após reformular sua estrutura de governança, recuperou a confiança dos investidores e fortaleceu sua posição financeira.

Estas empresas demonstram na prática os quatro pilares essenciais: transparência, prestação de contas, responsabilidade e equidade.

A implementação eficaz desses princípios cria ambientes corporativos mais resilientes e confiáveis, minimizando riscos e otimizando resultados.

O princípio da integridade na governança corporativa

O princípio da integridade é fundamental na governança corporativa. Ele representa o alinhamento consistente com valores éticos que priorizam o interesse público sobre interesses privados.

Na prática, é o compromisso que sustenta a confiança nas organizações.

Mais que uma formalidade, a integridade é um pilar que previne fraudes e atos de corrupção. Ela promove transparência e uma cultura organizacional focada em entregar valor real à sociedade.

Programas de integridade são essenciais nesse contexto. Eles estruturam medidas para prevenir, detectar e remediar condutas inadequadas.

O apoio da alta direção é crucial. Sem ele, qualquer iniciativa de integridade perde força.

Um programa eficaz se baseia em eixos como gestão de riscos, capacitação contínua e monitoramento. É um investimento que protege a reputação e fortalece a sustentabilidade da organização a longo prazo.

Na governança corporativa moderna, a integridade não é opcional — é estratégica.

Como implementar boas práticas de governança na sua empresa

Implementar boas práticas de governança transforma radicalmente a gestão empresarial. É o caminho para decisões mais transparentes e éticas.

Comece com transparência total. Vá além das obrigações legais, compartilhando informações com stakeholders frequentemente. Empresas transparentes conquistam mais confiança e valor de mercado.

Realize reuniões periódicas. Não espere apenas pela assembleia anual obrigatória - seja proativo. Mantenha todos informados e alinhados com os rumos da organização.

Considere criar um conselho de administração. É sinal de maturidade organizacional e fortalece a tomada de decisões estratégicas.

Implemente ferramentas organizacionais como atas, planejamento anual e mecanismos de avaliação. Esses recursos trazem ordem ao caos.

Desenvolva um código de conduta claro. Ele alinha interesses diversos e garante que decisões sigam princípios éticos consistentes.

Não deixe os riscos ao acaso. Crie uma matriz que identifique ameaças potenciais e seus impactos, preparando-se para cenários adversos.

Lembre-se: governança sólida gera resiliência, rentabilidade e longevidade para seu negócio.