O que é regime de competência?

O que é regime de competência?

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O que é regime de competência?

O regime de competência é um método contábil onde receitas e despesas são registradas no momento em que ocorrem, independentemente de quando o dinheiro efetivamente entra ou sai do caixa.

Na prática, se sua empresa faz uma venda em janeiro para receber apenas em março, o registro contábil acontece em janeiro - no período da competência.

Este é o método oficial exigido pela legislação fiscal brasileira para a maioria das empresas.

A grande vantagem? Organização financeira e previsibilidade.

Com ele, você consegue planejar melhor seus recursos e ter uma visão clara da saúde financeira do negócio a médio e longo prazo.

Diferente do regime de caixa (onde só se registra quando o dinheiro realmente entra ou sai), a competência oferece uma perspectiva mais completa da situação patrimonial.

Para empresas maiores e tributadas pelo Lucro Real, o regime de competência é obrigatório. Já MEIs e pequenas empresas do Simples Nacional podem optar pelo regime de caixa em alguns casos.

E você, já implementou o regime correto na sua empresa?

Regime de competência na contabilidade: conceito e importância

O regime de competência na contabilidade é o método que registra receitas e despesas quando ocorrem, independentemente do pagamento ou recebimento. Ele reconhece os fatos no momento em que as obrigações são assumidas.

É a base para medição real dos custos. Diferente do regime de caixa, que registra apenas entradas e saídas financeiras.

Por que isso importa tanto?

Essa abordagem revela a verdadeira saúde financeira da organização, expondo variações patrimoniais que ficariam ocultas no regime de caixa.

A transparência é incomparável. O regime de competência permite avaliar riscos fiscais de longo prazo e evita manipulações que melhoram artificialmente resultados.

Pense nos benefícios previdenciários. No regime de competência, os compromissos futuros já aparecem hoje, revelando impactos que só seriam percebidos anos depois.

Isso torna possível medir efetivamente o custo real das operações, fundamental para decisões estratégicas mais precisas e sustentáveis.

Diferenças entre regime de competência e regime de caixa

O regime de competência registra receitas e despesas quando ocorrem, independentemente do fluxo de dinheiro. Já o regime de caixa contabiliza apenas quando há entrada ou saída efetiva do dinheiro.

A diferença fundamental está no momento do registro. No regime de caixa, uma venda parcelada é registrada conforme cada parcela é recebida. No de competência, o valor total é contabilizado na data da venda.

Imagine uma venda de R$3.000 em três parcelas. No regime de caixa, você registra R$1.000 em cada mês de pagamento. No de competência, os R$3.000 entram na contabilidade no dia da venda.

Os dois se complementam. O regime de competência oferece uma visão mais precisa do desempenho econômico, enquanto o de caixa mostra a realidade financeira imediata.

Qual usar? Depende do seu objetivo. Para gestão diária de liquidez, o regime de caixa. Para análise de desempenho e conformidade fiscal, o de competência.

Exemplos práticos de regime de competência

O regime de competência reconhece receitas e despesas quando elas de fato ocorrem, não quando o dinheiro entra ou sai do caixa. É um princípio contábil essencial para demonstrações financeiras precisas.

Imagine uma venda feita em dezembro com pagamento em janeiro. No regime de competência, a receita é registrada em dezembro, quando a transação aconteceu.

O mesmo vale para despesas. Se você recebeu um serviço em dezembro, mas pagará apenas em janeiro, a despesa é contabilizada em dezembro.

Exemplos práticos:

• Uma empresa vende R$10.000 em produtos em novembro, mas recebe o pagamento em janeiro – a receita é registrada em novembro.

• Uma empresa de serviços emite faturas em dezembro para trabalhos realizados, mas os clientes só pagarão em fevereiro – a receita entra na competência de dezembro.

• Aluguel pago adiantado em dezembro valendo para janeiro – a despesa só é reconhecida em janeiro.

• Salários de funcionários referentes a dezembro, pagos no quinto dia útil de janeiro – a despesa é de dezembro.

Como calcular usando o regime de competência

O regime de competência reconhece receitas e despesas quando elas ocorrem, independentemente do pagamento. Diferente do regime de caixa que registra apenas entradas e saídas efetivas.

Para calcular usando o regime de competência, você deve:

  1. Identificar quando o serviço foi prestado ou produto entregue
  2. Registrar a receita nesse momento específico, mesmo sem receber o pagamento
  3. Reconhecer despesas quando são incorridas, não quando são pagas
  4. Controlar contas a receber e a pagar separadamente

Este método oferece uma visão mais precisa da saúde financeira do negócio.

Pequenas empresas podem optar pelo regime de caixa pela simplicidade, mas o regime de competência proporciona informações mais completas para planejamento e tomada de decisões estratégicas.

Você já implementou este sistema na sua empresa?

Regime de competência na folha de pagamento

O regime de competência na folha de pagamento registra receitas e despesas no momento em que ocorrem, independentemente do pagamento efetivo. É um método obrigatório por lei para a maioria das empresas.

Na prática, os salários trabalhados em março, mesmo pagos em abril, são contabilizados em março. Isso vale para todos os encargos trabalhistas.

Esta abordagem oferece clareza financeira real.

O eSocial reforça essa obrigatoriedade. Manobras como apurar o ponto em períodos alternados (ex: dia 21 a 20) são consideradas irregulares e podem gerar multas.

Despesas como 13º e férias também seguem este princípio. No regime de competência, provisionamos mensalmente 1/12 desses valores ao longo do ano.

Esta metodologia permite melhor controle das finanças empresariais e cumprimento das obrigações fiscais, evitando surpresas no fluxo de caixa e proporcionando uma visão mais precisa da saúde financeira do negócio.

Vantagens e desvantagens do regime de competência

O regime de competência registra receitas e despesas no momento em que ocorrem, independente do pagamento ou recebimento. Esta abordagem oferece uma visão mais completa da saúde financeira do seu negócio.

Vantagens? Proporciona uma visão panorâmica da estrutura financeira. Permite análises precisas de rentabilidade. Facilita o planejamento de investimentos. Melhora a gestão fiscal e o controle tributário.

Desvantagens? Não reflete a situação real do caixa. Pode criar distorções entre resultados contábeis e disponibilidade financeira. Obriga o pagamento de impostos sobre vendas ainda não recebidas.

Imagine vender um produto parcelado em dezembro. Com o regime de competência, você registra toda receita em dezembro, mesmo recebendo apenas em meses futuros.

Usando este método em conjunto com o regime de caixa, você obtém tanto a visão estratégica quanto o controle da liquidez. O equilíbrio entre ambos é essencial para decisões financeiras assertivas.

Quando utilizar o regime de competência nas empresas

O regime de competência deve ser utilizado quando você precisa registrar receitas e despesas no momento em que realmente ocorrem, independentemente do pagamento. É obrigatório para empresas de grande porte e aquelas tributadas pelo Lucro Real.

Por que isso importa? Porque reflete com mais precisão a realidade financeira do negócio.

Imagine vender um produto em dezembro e receber só em janeiro. No regime de competência, essa receita entra nas contas de dezembro - quando a venda aconteceu.

A adoção desse método traz vantagens significativas:

• Oferece visão macro das finanças • Contribui para demonstrativos contábeis mais precisos • Permite melhor compreensão da lucratividade real

As pequenas empresas e MEIs podem optar pelo regime de caixa, mais simples para o dia a dia. Mas à medida que o negócio cresce, o regime de competência torna-se essencial para decisões estratégicas fundamentadas em dados confiáveis.

Aspectos legais do regime de competência no Brasil

No Brasil, o regime de competência é um princípio contábil fundamental, regulamentado pelo Código Civil e pela Lei das Sociedades Anônimas. Ele determina que receitas e despesas devem ser registradas no momento em que ocorrem, independentemente do pagamento efetivo.

A legislação exige que empresas do Lucro Real utilizem exclusivamente este regime. Já empresas do Simples Nacional e Lucro Presumido podem optar entre regime de competência ou caixa para fins tributários.

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) reforça este princípio através do CPC 00, estabelecendo a competência como base para demonstrações financeiras fidedignas.

Vale lembrar que a escolha afeta diretamente o recolhimento de tributos como IRPJ, CSLL, PIS e COFINS. A opção feita vale para todo o ano-calendário e deve ser informada nas declarações fiscais correspondentes.

A não conformidade pode resultar em autuações fiscais significativas, sendo crucial o adequado cumprimento das obrigações legais relacionadas.